terça-feira, 16 de março de 2010

O Expansionismo Ateniense


Em grego antigo, Atenas era chamada Αθήναι (Athénai) em homenagem à deusa grega Atena (deusa da guerra e da sabedoria).

Atenas foi a principal cidade-estado na Grécia Antiga durante o grande período da civilização grega, no primeiro milênio a.C., durante a "Idade do Ouro" da Grécia (aproximadamente 500 a.C. até 300 a.C.. Ela era o principal centro cultural e intelectual do Ocidente, e certamente é nas ideias e práticas da Antiga Atenas que o que nós chamamos de "civilização ocidental" tem sua origem.


A área urbana freqüentemente se estabelecia em torno de uma colina fortificada denominada acrópole (do grego akrós, alta e pólis, cidade). Nessa área concentrava-se o centro comercial e a manufatura. Ali, muitos artesãos e operários produziam tecidos, roupas, sandálias, armas, ferramentas, artigos em cerâmica e vidro. Na área rural a população dedicava-se às atividades agropastoris: cultivo de oliveiras, videiras, trigo, cevada e criação de rebanhos de cabras, ovelhas, porcos e cavalos. Este agrupamento visava atingir e manter uma completa autonomia política e social para com as outras poleis gregas, embora existisse muito comércio e divisão de trabalho entre as cidade gregas. Atenas por exemplo, importava 80% de seus alimentos, incluindo 100% de seus cereais e exportava azeite, chumbo, prata, bronze, cerâmica e vinho.

Desde o século VII a. C. Atenas conheceu grande desenvolvimento econômico, ampliando suas relações comerciais a partir do Porto do Pireu, e a escravidão na produção agrícola. Como consequência a luta de classes tornou-se mais acirrada, forçando mudanças políticas, que determinaram a perda do monopólio político pela aristocracia; até a criação da democracia, que beneficiou as camadas populares, mas em especial os mercadores, pequenos proprietários e artesãos.
A manutenção da escravidão na cidade foi fundamental tanto para o desenvolvimento da economia, como para a consolidação da democracia, possibilitando uma situação política mais equilibrada, na medida em que as camadas populares tiveram algumas de suas reivindicações atendidas. Ao preservar o trabalho escravo, a elite econômica tinha grande disponibilidade de seu tempo para participar das Assembléias e das demais atividades políticas.














Outro fator fundamental para o desenvolvimento de Atenas foi sua liderança na guerra contra os persas, comandando a Confederação de Delos desde 478 a.C. Na verdade foi durante as Guerras Médicas que constituiu-se o imperialismo da cidade, que havia sido a primeira a lutar contra o expansionismo persa e foi responsável por promover a grande aliança das cidades gregas. Em princípio a Confederação de Delos era uma aliança militar, onde as cidades participantes forneceriam soldados, mantimentos e riquezas, formando o "Tesouro de Delos". A liderança militar ateniense e o controle sobre as riquezas destinadas à guerra, aumentou a produção na cidade, gerou empregos, equilibrou a economia e desta forma criou condições de impor seu domínio à demais cidades gregas, situação vista como necessária para manter o desenvolvimento até então alcançado.

Assim, todo o desenvolvimento da cidade estava baseado na exploração do trabalho escravo e no expansionismo sobre as demais cidades gregas, obrigando-as a manter a Confederação de Delos, mesmo após o final da guerra (448 a.C.), quando os persas já haviam sido derrotados.

A postura imperialista ateniense serviria ao ideal pan-henístico defendido por Péricles. Para o líder ateniense, as cidades deveriam se reunir em um congresso para tratar de assuntos comuns, como a reconstrução de templos ou o combate à pirataria. No entanto esse ideal não foi concretizado, pois as intensas lutas existentes serviram para reforçar a histórica separação das cidades, culminando com a Guerra do Peloponeso, envolvendo praticamente todas as cidades gregas, polarizadas entre Atenas e Esparta.

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